domingo, julho 31, 2011

A CORRENTE SUSTENTÁVEL

Penso que um dos grandes vetores da evolução da humanidade tem a ver com a fantástica habilidade de troca do homem. Este, isolado, tende a ficar estagnado. Quando interage modifica e é modificado.
Filme A CRIAÇÂO, conta o drama
de Charles Darwin
Então, se somos o que somos, estamos onde estamos e, se chegaremos aonde desejamos, isso dependerá, cada vez mais, do produto dessa interação, sejam em situações aliadas ou opostas.
Assim, a qualidade desse processo está associada à capacidade de se converter o somatório de visões individuais em soluções coletivas, agregando o melhor de cada uma delas.
Via de regra, as interações humanas provocam modificações mútuas no pensamento e na atitude de seus interlocutores. Exemplo singelo disso ocorreu numa das entrevistas de Amyr Klink, autor de diversos livros. Chamou a atenção o comentário dele, no qual menciona admirar pessoas que possuem a habilidade de dizer muito, escrevendo pouco. Quer dizer, seja sintético. Tenho tentado imprimir esse aprendizado no tamanho dos post deste Blog. 
            Essa semana, fiquei animado com uma notícia sobre hidrovias publicada no site Portogente. Vai ao encontro da idéia de sinergia entre órgãos da administração e da necessária e urgente articulação entre políticas públicas setoriais. Na expectativa de que isso se concretize, decidi retumbá-la neste espaço:
“MTur quer preparar rios para atrair turistas na Copa de 2014”
O Ministério do Turismo espera divulgar em breve um estudo completo sobre o potencial dos rios brasileiros para atração de turistas e o desenvolvimento de atividades que vão além do transporte de cargas.
Rio brasileiro - Fonte Portogente
Segundo Ricardo Moesch, diretor do Departamento de Estruturação, Articulação e Ordenamento do Ministério do Turismo: “O operador estrangeiro fica surpreso com os nossos rios, a beleza deles e os caminhos por onde passam. E se as hidrovias forem tiradas do papel como dizem há anos, estes mesmos rios podem ser usados para o transporte de passageiros, numa atividade nova e que levaria gente do exterior para conhecer o interior do Brasil, que é belíssimo. A gente tem rio demais disponível e isso deve ser utilizado.”
[...]
Moesch acrescenta: “O turismo náutico é a bola da vez. A Copa ajuda, mas hoje sabemos que não é só ela quem puxa o desenvolvimento do setor. A competição vai nos ajudar quanto a celeridade para que terminais de passageiros saiam rapidamente do papel, mas o setor como um todo está aquecido. Ainda há gargalos a serem resolvidos, como no caso do Porto de Santos, onde a logística não ajuda, mas com uma coisa sendo feita por vez, a gente chega lá.”
Porto Gente, 27/11/2011, Reportagem Bruno Rios

            É altamente oportuno o despertar desse e de outros ministérios acerca do potencial hidroviário brasileiro. Finalmente, começam a vislumbrar políticas públicas na área do transporte aquaviário. Fico feliz que o turismo náutico seja visto como bola da vez pelo seu órgão máximo federal. De acordo com dados da Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos (Abremar), na temporada 2010/2011, foram contabilizados 792.752 passageiros de cruzeiros, um aumento de 10% em relação à temporada anterior. Em relação às divisas, o setor gerou R$ 1,3 bilhão. Além disso, foram criados 20.638 empregos.

Nesse sentido, a ANTAQ pode contribuir muito com normatizações e informações sobre os rios brasileiros para elaboração de estudos nessa área. No setor de transportes, a hidrovia já vem sendo tratada como prioridade, tanto no setor público como no segmento privado. Assim, começa a receber a devida atenção nos discursos e nos investimentos. Temos ainda um longo caminho a percorrer. Mas, toda longa caminhada jamais prescinde dos seus primeiros passos.
Corrente da amizade e da sustentação
 Vamos torcer que esse despertar alcance outros órgãos da administração estatal. Que adotem a bandeira da hidrovia como alternativa de geração de emprego e renda, de economia  e proteção ambiental pelas áreas de Meio Ambiente, Energia, Ciência e Tecnologia, Agricultura, Trabalho, Assuntos Estratégicos, Comunicação, Cultura, Educação, Pesca, Indústria e Comércio, Integração nacional, Planejamento, Esportes e Defesa, entre outros. Uma bandeira capaz de fortalecer a corrente do desenvolvimento sustentável.
Enfim, se quisermos realmente corrigir, num futuro próximo, o grave desequilíbrio da matriz de transporte brasileira será necessário a adoção de políticas públicas eficientes, eficazes e efetivas nos diversos segmentos da gestão pública e privada, como forma de potencializar o somatório das contribuições individuais em soluções coletivas, fortemente calcadas em princípios éticos de interesse público e do bem comum.

Por JOSÉ ALLAMA

http://www.portogente.com.br/texto.php?cod=50344

Um comentário:

  1. Ademir,

    Parabéns! os artigos postados são muito bons... A casa semana há novidades e exemplo de como a Hidrovia pode alavancar o desenvolvimento de vários setores. Um grande abraço! Ione

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